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Carta aberta: Especialistas pedem que governos comecem a incluir o bem-estar animal na governança para o desenvolvimento sustentável

Na véspera da Conferência da ONU Estocolmo+50, mais de 200 especialistas cobram que os governos incluam o bem-estar animal em políticas de desenvolvimento sustentável, buscando uma visão mais holística e abrangente de Saúde Única que envolva proteção do meio ambiente e da saúde pública.

Jeff Sebo, Cleo Verkuijl, Ploy Achakulwisut, Mairon G. Bastos Lima, Jonathan Green / Published on 25 May 2022
Citation

Sebo, J., Verkuijl, C., Hötzel, M. J., Achakulwisut, P., Bastos Lima, M. e Green, J. (2022). Sustainable development matters for animals too. Governments have a responsibility to recognize that. CABI One Health. http://doi.org/10.1079/cabionehealth20220002

Mais de 200 cientistas e outros especialistas demandam que os governos passem desde já a incluir o bem-estar animal na governança para o desenvolvimento sustentável, rumo a um mundo mais resiliente e saudável para todos.

Uma carta aberta, publicada na nova revista CABI One Health antes da Conferência das Nações Unidas Estocolmo+50, em Junho de 2022, apela aos governos para “reconhecerem a importância do bem-estar animal para o desenvolvimento sustentável, buscarem prejudicar menos os animais, e a fazer-lhes o bem como parte da governança do desenvolvimento sustentável”.

A pesquisadora do SEI Cleo Verkuijl foi co-autor da carta. A carta segue o recente lançamento de um relatório com opções de políticas para integrar o bem-estar animal na governança para o desenvolvimento sustentável, liderado pela mesma equipe.

Os autores destacam que nos 50 anos desde a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em 1972, o bem-estar animal continua sendo negligenciado na governança para o desenvolvimento sustentável. Um exemplo claro disso é que a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável inclui 169 metas, algumas das quais tratam da proteção de espécies animais, da biodiversidade e habitats. No entanto, a Agenda não aborda o bem-estar animal. De acordo com os autores, essa é uma omissão importante .

“Saúde humana, animal e ambiental estão interligadas,” explicou Jeff Sebo, professor associado de estudos ambientais, professor afiliado de bioética, ética médica, filosofia e direito, e diretor do programa de estudos animais da Universidade de Nova York, e um dos principais autores da publicação. “Os governos precisam tomar medidas para incluir os animais na governança do desenvolvimento sustentável, em prol de animais humanos e não humanos.”

Um exemplo-chave de como a forma como tratamos os animais afeta a nossa própria capacidade de promover o desenvolvimento sustentável é o fato de a pecuária ser um dos principais setores responsáveis pelas mudanças climáticas. Também se observa que, na maioria dos casos, a agricultura animal consome “muito mais terra e água” e produz “muito mais lixo e poluição” que as alternativas à base de vegetais.

A publicação enfatiza que a produção animal industrial também contribui para o surgimento de novas doenças infecciosas. Os atuais surtos de gripe aviária, que já levaram ao abate de milhões de aves em todo o mundo, ilustram muito bem esse risco.

“A pandemia da COVID-19 nos lembra que indústrias como a de produção animal industrial e o comércio de animais selvagens não só prejudicam e matam muitos animais por ano, como também contribuem com ameaças globais de saúde e meio ambiente que prejudicam a todos nós”, observa Verkuijl.

Os signatários apelam aos governos para que “apoiem políticas de informação, financeiras e regulatórias que reduzam nosso uso de animais e aumentem nosso apoio aos animais de maneiras que beneficie seres humanos e não-humanos”, e que reflitam a importância do bem-estar animal na Estocolmo+50 e em outros documentos da ONU resultantes do evento.

“Tanto para os países de alta renda quanto para os de baixa renda, há benefícios ambientais, de saúde pública e econômicos significativos com a melhoria do bem-estar animal”, ressaltou Maria José Hötzel, professora de Etologia Aplicada e Bem-Estar Animal da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil. “Não podemos esperar mais 50 anos para levar essa questão a sério.”

Os signatários da carta incluem: Peter Singer, Ira W. DeCamp Professor of Bioethics, Princeton University; Martha C. Nussbaum, Ernst Freund Distinguished Service Professor of Law and Ethics, Law School and Philosophy Department, The University of Chicago; Ingrid Visseren-Hamakers, Professor, Environmental Governance and Politics, Radboud University; Linda Keeling, Professor, Animal Welfare, Swedish University of Agricultural Sciences; Roberto Schaeffer, Professor, Energy Economics, Federal University of Rio de Janeiro; Marc Bekoff, Professor Emeritus, Ecology and Evolutionary Biology, University of Colorado, Boulder; Will Kymlicka, Canada Research Chair in Political Philosophy, Queen’s University, Canada; Arthur Caplan, Mitty Professor of Bioethics, Grossman School of Medicine, New York University; Jérôme Segal, Associate Professor of History, Sorbonne University; e Laura Scherer, Assistant Professor of Environmental Sciences, Leiden University.

A publicação completa está disponível aqui.

Os autores seguem recebendo assinaturas adicionais de pesquisadores e especialistas neste link.

Equipe SEI

Cleo Verkuijl
Cleo Verkuijl

Scientist

SEI US

Ploy Achakulwisut

Research Fellow

SEI Asia

Mairon G. Bastos Lima
Mairon G. Bastos Lima

Senior Research Fellow

SEI Headquarters

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Jonathan Green

Senior Researcher

SEI York

SEI authors

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Cleo Verkuijl
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